A Busca Vida Filmes é uma produtora brasileira independente, fundada por Petra Costa, dedicada a um cinema autoral e comprometido com as urgências contemporâneas.
Marcado pela exploração profunda do trauma, do amor e do olhar feminino, seu cinema transforma experiências íntimas em narrativas que dialogam com as complexidades sociais e históricas. Obras como Elena, Democracia em Vertigem e Apocalipse nos Trópicos revelam um compromisso ético e político, onde a dor pessoal encontra sentido coletivo e o afeto emerge como resistência ao discurso de ódio que marca nosso tempo.
Com uma perspectiva feminista consciente, a produtora questiona representações tradicionalmente patriarcais e coloniais, propondo narrativas que acolhem o risco, a dúvida e a escuta. Em um cenário cultural e político marcado por polarizações, apagamentos e simplificações, a Busca Vida se afirma como espaço de invenção, resistência e empatia. Seu cinema é um ato de resistência, um gesto amoroso de reconstrução da memória e de afirmação da subjetividade.
A produtora tem como missão apoiar realizadores que desafiam os limites do cinema tradicional, propondo novas formas de narrar e imaginar. Em um contexto global de polarizações, retrocessos democráticos e colapsos simbólicos, a Busca Vida afirma sua relevância como uma plataforma ética e estética para cineastas que desejam dialogar com as urgências do nosso tempo — não com fórmulas, mas com coragem, afeto e escuta profunda.

Petra Costa
Petra é a força criativa que moldou a identidade estética e ética da produtora. Seus filmes — intensamente pessoais e, ao mesmo tempo, historicamente situados — deram à Busca Vida uma voz singular no cinema contemporâneo. Desde suas origens, o cinema da produtora é atravessado por três forças fundamentais: o trauma como experiência que rompe e ressignifica a memória; o amor como gesto ético que resiste à lógica do ódio; e o feminino como modo de olhar e narrar o mundo com profundidade e complexidade.

Elena (2012), seu primeiro longa-metragem, foi um marco no documentário brasileiro, aclamado por sua delicadeza poética e estrutura narrativa inovadora.

Olmo e a Gaivota (2014), codirigido com Lea Glob, expandiu essa linguagem híbrida entre documentário e ficção, recebendo prêmios como o Melhor Documentário na Semana da Crítica do Festival de Locarno e o prêmio do júri jovem no Festival do Rio.

Com Democracia em Vertigem (2019), Petra e a Busca Vida levaram o cinema político brasileiro a uma audiência global. O filme, indicado ao Oscar de Melhor Documentário, percorreu festivais de prestígio (Sundance, IDFA, CPH:DOX) e foi amplamente debatido no cenário político e cultural, por sua abordagem intimista e contundente do processo de impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff.

Em Apocalipse nos Trópicos (2024), Petra aprofunda sua investigação sobre o Brasil contemporâneo, revelando os entrelaçamentos entre religião, poder político e a erosão de laços de afeto — sempre a partir de uma escuta atenta às tensões e silêncios que moldam a história.

Além de seus filmes, Petra atuou como produtora de Êxtase (Moara Passoni, 2020), ficção intimista sobre controle e liberdade, selecionado para importantes mostras como o FID Marseille, produtora executiva de Beba (Rebeca Huntt, 2021), produtora associada de Babenco (Bárbara Paz, 2019) e co-produtora de Lira Paulistana (Riba de Castro, 2012), que resgata a efervescência cultural da São Paulo dos anos 1980.